"Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena de mim!"
(Casimiro de Abreu, “A valsa”, 128-129)
Adorei a música que se encontra neste poema. A
rima constante e versos de três sílabas dá a impressão de realmente estar em
uma valsa. Se captura o movimento no poema nos verbos: corrias, fugias, saltavam,
voavam, brincavam, tremias, sorrias. Se empregam muitas rimas pobres (palavras da mesma
classe gramatical) por causa da quantidade das rimas. É um ritmo feliz e
despreocupado, colocado em justaposição com a dor e sofrimento do narrador.
O amante é aparentemente jovem e muito vulnerável
à dor da amada mulher inconstante. Ele examina o rosto dela—os olhos, o cabelo,
a sorrisa. Em um só instante, Casimiro de Abreu nos conta uma história que todo o mundo reconhece. Falecido aos 21 anos, Casimiro de Abreu tinha “uma perspectiva
adolescente [do amor romântico] . . . exprimindo tanto o medo, quanto as fortes
paixões” (Frederick G. Williams, Poetas do Brasil, 126). Neste poem, ele captura perfeitamente nos versos a vulnerabilidade que o amor traz, e o medo do amor que não é correspondido.
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